ATA DA TRIGÉSIMA SEXTA
SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 04.12.1997.
Aos quatro dias do mês de
dezembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e trinta e
cinco minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à
entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre aos Senhores João
Cláudio Gera Costa e Luiz Gerd Pasqualini, nos termos dos Projetos de Lei do
Legislativo nºs 87/96 e 121/97 (Processos nºs 1569/96 e 1935/97,
respectivamente) e do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues ao Pianista João
Peixoto Primo, nos termos do Projeto de Resolução nº 29/96 (Processo nº
2973/96), todos de autoria do Vereador Jocelin Azambuja. Compuseram a Mesa: os
Vereadores Clovis Ilgenfritz e Reginaldo Pujol, respectivamente, Presidente e
2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Gilmar
Eitelvein, Secretário Municipal da Cultura, representando o Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; o Jornalista Mário de Menezes, representando a
Associação Riograndense de Imprensa - ARI; o Capitão Glaudemir Genério Hansel,
representando o Comando-Geral da Brigada Militar; o Cantor Rubens Santos; o
Senhor José Elias Flores, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de
Porto Alegre; os Senhores João Cláudio Gera Costa, Luiz Gerd Pasqualini e João
Peixoto Primo, Homenageados; o Vereador Jocelin Azambuja, Secretário "ad
hoc". Como extensão da Mesa, foram registradas as presenças das Senhoras
Isa Ionamini e Zorá Primo Dias; do Senhores Elírio Toldo, Norberto Borges
Santos e Giovani Borzio, respectivamente, Presidente, Diretor-Técnico e Conselheiro
da Ordem dos Músicos do Brasil. Ainda, foram registradas as presenças dos
ex-Vereadores Manoel Braga Gastal e Luiz Almeida Passos. Em prosseguimento, o
Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino
Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da
Casa. O Vereador Jocelin Azambuja, em nome das Bancadas do PTB, PT, PDT, PMDB e
PSB, destacou a justeza das homenagens hoje realizadas na Casa, afirmando serem
elas o reconhecimento de Porto Alegre a três pessoas que, em diferentes áreas,
colaboraram para o desenvolvimento da Cidade e difundiram, nacional e
internacionalmente, o nome do Rio Grande do Sul. Na ocasião, foi registrado o
recebimento de correspondência alusiva à solenidade, de autoria do Senhor César
Schirmer, Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento; do Deputado
Estadual Arno Frantz; do Vice-Governador Vicente Bogo; do Senhor João Carlos
Vasconcellos, Presidente da Empresa Portoalegrense de Turismo
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): É com muita satisfação que
na condição de Presidente da Câmara Municipal de Vereadores estou abrindo a 36ª
Sessão Solene da XII Legislatura.
Esta Sessão é destinada à entrega de título
de Cidadão de Porto Alegre e do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues. Foram
três Requerimentos de autoria do Ver. Jocelin Azambuja que geraram os PLLs nºs
087/96, 121/97 e o PR nº 029/96, aprovados por unanimidade da Casa.
Para iniciar os
trabalhos convidamos para compor a Mesa o Excelentíssimo representante do
Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. Gilmar Eitelvein, Secretário Municipal
da Cultura. Convidamos os nossos ilustres homenageados, Sr. João Cláudio Gera
Costa, Sr. Luiz Gerd Pasqualini, e o Sr. João Peixoto Primo, também chamamos
para compor a Mesa o representante do Comando-Geral da Brigada Militar, Capitão
Glaudemir Genério Hansel; o nosso cantor Rubens Santos.
Estamos iniciando esta Sessão Solene num
momento em que também estamos fazendo uma pré-inauguração do som. Temos aqui a
presença do Engº Egon, dos assessores e funcionários, e era uma verdadeira
necessidade na Casa. Gostaríamos que os senhores compreendessem que ainda
estamos em condições precárias, embora já com a notícia de que o som do
Plenário está ficando muito bom. Depois será completado para uma inauguração
nos próximos dias.
Convidamos a
todos para ouvir a execução do Hino nacional.
(É executado o Hino
Nacional.)
Convidamos para integrar a
Mesa o representante da Associação Rio-Grandense de Imprensa, Sr. Mário de
Menezes, já que o Presidente da entidade, Sr. Ercy Thorma, não pôde comparecer.
Passamos a
palavra ao Ver. Jocelin Azambuja, proponente da homenagem, que falará em nome
da sua Bancada, PTB, e também das Bancadas do PT, do PDT, do PMDB e do PSB.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Clovis
Ilgenfritz; representante do Sr. Prefeito Municipal, Sr. Gilmar Eitelvein, da
Secretaria de Cultura; queridos homenageados João Cláudio Gera Costa, Luiz Gerd
Pasqualini e João Peixoto Primo; representante da Associação Rio-Grandense de
Imprensa, Sr. Mário de Menezes; representante do Comando-Geral da Brigada
Militar, Cap. Glaudemir Genério Hansel; e, em especial, a figura do maior
intérprete de Lupicínio Rodrigues, Sr. Rubens Santos; Srs. Vereadores e demais
presentes. Nós nos sentimos profundamente honrados em poder, no dia de hoje,
prestar esta homenagem a três pessoas que tanto têm contribuído, nas áreas em
que atuam, para a Cidade de Porto Alegre. Eu tive a honra de um dia receber, em
meu gabinete, a visita do querido Rubens Santos, ocasião em que lembrei-me da
figura do nosso João Peixoto Primo, este gaúcho de Rio Grande, que lançou a nossa
querida Elis Regina, no seu conjunto "O Flamengo", e que, daqui do
Rio Grande, foi para o mundo, se erradicou em Brasília, fundando com a sua
condição musical uma visão maravilhosa e nova de transmitir a música, as coisas
do nosso Rio Grande, que sempre carregou nos nossos corações de forma tão
importante e com quem ele conviveu durante muito tempo. Revela hoje uma
bandeira de representação da música nacional, tendo já tocado para reis,
rainhas, presidentes, as figuras mais destacadas no mundo inteiro. Convidado
para tocar nos mais diversos locais, ele sempre levou a mensagem da música
brasileira, sempre levou a mensagem da nossa Cidade de Porto Alegre, do nosso
Rio Grande, como gaúcho que tanto fez e tanto tem feito por todos nós. Por
isso, Primo, que eu agradeço profundamente a possibilidade que tive de te
prestar esta homenagem, mesmo não tendo convivido contigo, mas pela figura do
querido Rubens Santos, tive a felicidade de poder propor e a Casa aprovar este
título de reconhecimento, que é o prêmio Lupicínio Rodrigues. Só por lembrar
Lupicínio Rodrigues, lembramos tudo aquilo de bom da música gaúcha, da música
brasileira. Então, por isso a alegria de te homenagear, tenha certeza de que
Porto Alegre está exultante e feliz por estares aqui presente, mesmo com todos
os contratempos que tiveste para aqui chegar, e conseguiste, pois todos aqui
estavam preocupados com a tua chegada.
Depois, tive a
oportunidade também de prestar a homenagem a dois grandes amigos, um amigo de
infância, e o outro, amigo que construí ao longo, praticamente, da sua chegada
na Cidade de Porto Alegre. De infância, Luiz Gerd Pasqualini, estudamos juntos
no Inácio Montanha, fazendo um período muito bonito da nossa escola pública
estadual. Pasqualini é uma família maravilhosa, a mãe, professora, sempre
estimulando, prestigiando os irmãos, enfim, todos buscando fazer com que
Pasqualini crescesse.
Nós, que temos
a nossa origem de trabalho e de humildade, iniciamos uma caminhada. Pasqualini
se dedicou ao ramo da publicidade, tornando-se, hoje, um dos mais importantes
publicitários do nosso Estado. Ele tem o reconhecimento, pelo trabalho que
dedica à sua empresa - a PAZ -, de todos aqueles que militam na área da
publicidade, e o reconhecimento do seu trabalho junto ao Supermercado Nacional,
sempre a marca mais conhecida. Pasqualini, com o seu trabalho, foi galgando
postos para essa empresa, como também em outras que ele lidera no ramo de
publicidade.
Afora isso, Pasqualini vem de uma família
histórica, de uma família de trabalhistas, uma família que se identifica
profundamente comigo, que sou um trabalhista, que sou do Partido Trabalhista
Brasileiro. O Pasqualini tem, ainda, a ascendência maravilhosa do grande
Senador Alberto Pasqualini e traz, justamente, por sua visão de homem
empreendedor, o sentimento da busca do equilíbrio entre o capital e o trabalho,
tão fundamental para a nossa sociedade, quando se faz cada vez mais crescente a
necessidade desse equilíbrio.
A homenagem que prestamos a Luiz Gerd
Pasqualini não é só em função da nossa amizade, mas do reconhecimento ao homem
que soube vencer, que iniciou com dificuldades, como todos aqueles que nascem
sem serem abençoados por uma situação econômica melhor, mas que, com garra, com
espírito de luta, com dedicação, construiu uma empresa importante, que hoje
gera empregos, gera bem-estar e satisfação a Porto Alegre. Ele, que nasceu em
Santa Maria da Boca do Monte, está recebendo, hoje, o título de Cidadão de
Porto Alegre, como reconhecimento desta Cidade por tudo aquilo que ele tem
feito e fará em prol do seu desenvolvimento.
O terceiro
homenageado é, também, um querido amigo, um companheiro que conheci logo que
chegou em Porto Alegre em 1985. Por razões profissionais nós nos cruzamos: eu
como advogado, o Cláudio, junto com sua esposa, chegando para assumir uma
empresa, empresa que tinha dificuldades naquele momento: a nossa conhecida
indústria de alimentos - Seven Boys. O Cláudio foi desenvolvendo um trabalho
passo a passo, construindo, com sua família, com dedicação, uma empresa que
hoje é modelo para todos, um empresário que tem-se dedicado, sobremaneira, não
apenas a ganhar dinheiro, não apenas a gerar dinheiro, mas a construir alguma
coisa de mais profundo no campo social, e isso é importante. Já expande sua
empresa em Santa Catarina, Paraná e outras regiões, gerando empregos. Lembro-me
que quando iniciava, com o Cláudio, a empresa tinha cerca de cem funcionários
e, hoje, mais de quinhentos funcionários, gerando divisas para Porto Alegre,
gerando bem-estar. Lembro-me da preocupação constante do Cláudio com a questão
social, de como propiciar a seus funcionários melhores condições de trabalho,
melhores condições de vida. Quando eu ainda defendia causas trabalhistas da
empresa, estas começaram a diminuir cada vez mais, porque chegou a um ponto que
os funcionários não tinham praticamente o que reclamar da empresa, a empresa
conseguia dar aos funcionários aquilo que lhes era devido. O Cláudio assumiu
Porto Alegre como sua cidade, tem aqui três filhos e está construindo cada vez
mais para que Porto Alegre possa se desenvolver. Não quis sair de Porto Alegre,
ele, que é paulista, ele, que assumiu Porto Alegre desde 1985 e, como já me
disse, não sai mais de Porto Alegre.
Então, homens
como o Cláudio, como o Pasqualini, estão preocupados em construir uma sociedade
melhor, em ter, junto a seus funcionários, amigos que os ajudem nesse
desenvolvimento. Seria muito fácil para qualquer um deles, a qualquer momento,
dizer assim: "Bom, vou gozar os capitais e deixar que os outros fiquem
brigando com governo, com leis, com isso, com aquilo..." Sei que qualquer
um dos dois poderia fazer isso, mas tenho certeza de que jamais farão, porque
eles acreditam no País em que vivem, eles acreditam no povo brasileiro, porque
eles sabem que o povo brasileiro precisa extremamente deles; porque precisamos
construir uma sociedade melhor; precisamos dar, aos nossos filhos, uma
sociedade de futuro. E desde que eu me mobilizei no Círculo de Pais e Mestres
eles foram companheiros incansáveis em me ajudar nesse trabalho de fazer com que
a educação fosse priorizada na nossa sociedade. Então, são homens com essa
visão de cidadão que nós precisamos, homens que acreditam que através do
trabalho podemos construir uma sociedade melhor com seus companheiros de
trabalho, propiciando melhores condições de vida às suas famílias, onde teremos
uma geração nova de força, de desenvolvimento para este País. Nós precisamos
preservar os valores fundamentais da família, da educação, porque sem educação
não existe futuro para ninguém, sem educação não existe possibilidade de
desenvolvimento e esses dois homens sabem disso. E o Primo, tenho certeza, sabe
disso, porque investiu na educação cultural-musical por este País, transmitindo
o que de belo tem na música, para que as pessoas pudessem crescer e se desenvolver.
Hoje, para mim,
é um dia de muita felicidade por poder prestar esta homenagem a esses três
grandes homens aos quais Porto Alegre dá o seu reconhecimento, o reconhecimento
verdadeiro que eles precisavam para aumentar a motivação de amar com mais intensidade
Porto Alegre, de amar com mais intensidade os seus ideais e de ajudar a
construir, de fato, uma sociedade melhor. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a presença dos Vereadores
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Anamaria Negroni, Lauro Hagemann, João
Carlos Nedel. Queremos, também, registrar, com muita satisfação, a presença do
ex-Vereador, sempre Vereador, Manoel Braga Gastal. Seja bem-vindo. (Palmas.)
Nós saudamos,
na pessoa da Sra. Isa Ionamini, esposa do Sr. Gera Costa, os familiares, e
saudarmos, também, na pessoa da Sra. Zorá Primo Dias, o nosso homenageado Primo
e familiares, e, ainda, familiares do Sr. Luiz Pasqualini, que são considerados
extensão de Mesa. Estamos, ainda, com muito prazer, considerando como extensão
da Mesa, o Presidente da Ordem dos Músicos do Brasil, Sr. Elírio Toldo, o
Diretor-Técnico da Ordem dos Músicos do Brasil, Sr. Norberto Borges Santos e o
Conselheiro da Ordem dos Músicos do Brasil, Sr. Giovani Borzio. A Mesa registra,
ainda, o recebimento de várias correspondências, que serão repassadas aos
homenageados, do Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, César
Schirmer, do Deputado Arno Frantz, do Vice-Governador, Sr. Vicente Bogo, do
Presidente da Epatur, Sr. João Carlos Vasconcellos, que vão-se juntando a
outras manifestações que chegam, aos poucos, à Mesa.
Neste momento,
passo a palavra ao ilustre 2º Vice-Presidente desta Casa, Ver. Reginaldo Pujol,
que fala por sua Bancada, o PFL.
O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) A Casa Legislativa de Porto Alegre se reúne, nesta
tarde, para consagrar uma iniciativa do nosso colega Ver. Jocelin Azambuja,
que, em inspirada hora, entendeu de requerer e obter a unanimidade de seus pares
nos projetos destinados a conceder a cidadania de Porto Alegre a João Cláudio
Gera Costa e Luiz Gerd Pasqualini e o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues a
esse grande pianista e artista popular João Peixoto Primo.
Evidentemente
que a proximidade do fim do ano faz com que o dinamismo desta Casa se
multiplique. Isso explica a série quase que infindável de atos que o
Legislativo de Porto Alegre realiza no dia de hoje, entre os quais se sobressai
a realização desta Sessão Solene que tem a prestigiá-la pessoas de destaque na
sociedade porto-alegrense, na vida política da nossa Cidade, entre as quais já
foi devidamente destacada essa figura gigantesca de notável homem público e
grande comunicador que é Manoel Braga Gastal, cuja presença entre nós já foi devidamente
gizada pela presidência dos trabalhos, nosso companheiro Ver. Clovis Ilgenfritz
da Silva.
Pessoalmente,
eu quero agregar a essas pessoas que não integrando a Mesa, a ela enobrecem,
eis que presentes nesta Sessão, o meu particular amigo, Ex-Prefeito de São
Gabriel, Baltazar Teixeira, que se soma a nós e ao Ver. Jocelin Azambuja nas
homenagens que estamos prestando nesta tarde.
Em verdade, o
Ver. Jocelin Azambuja, com a autoridade de proponente das três homenagens, já
fez o registro adequado a respeito da personalidade dos nossos três
homenageados que, coincidentemente, tem a caracterizá-los qualidades muito
específicas que os complementam entre si: de um lado, um administrador
vitorioso; de outro, um criador inteligentíssimo e, de outro lado, certamente
aquele que nos toca mais direto na alma, o artista, o pianista, o homem da
sensibilidade musical.
Eu tive, no
passado, a oportunidade de ter com o Pasqualini alguns contatos. E isso faz com
que eu o inclua na relação das pessoas que eu tenho muito respeito. Não
desconheço atividade fecunda na área empresarial do João Cláudio Gera, mas o
que mais me toca, e peço vênia aos demais para assim estabelecer, é ímpar o som
musical do Primo e seu conjunto animando as festas da minha juventude. Há
poucos dias, eu me encontrava no aeroporto de Brasília e aguardando o início do
embarque do meu retorno ao Rio Grande do Sul, subi até o restaurante localizado
junto àquele movimentado aeroporto, e de repente vi que uma música batia fácil
em meu ouvido. Logo depois, vim a reconhecer, alguns anos depois o autor
daquela melodia agradável que tão fortemente nos sensibilizava. Poucas pessoas
têm a sensibilidade de reunir características e qualificativos tão
diversificados como o que V. Exa., Ver. Jocelin, teve em reunir esses três
projetos, razão pela qual nós deveríamos cumprimentá-lo no dia de hoje porque
V. Exa. merece uma homenagem similar àquela que estamos prestando ao Primo, ao
João Claúdio e ao Luiz Gerd, eis que, não fosse a sua sensibilidade, não seria
possível realizar. A criação do homem de publicidade, a realização do homem de
empresas e a sensibilidade do artista são fenômenos caracterizadores de um
estado de espírito absolutamente conveniente para uma ação que se debela com
crises permanentes e alternadas, mas que teima em acreditar que é possível
continuarmos caminhando na busca dos nossos desígnios. Acho que a receita está
dada. Precisamos ter a tenacidade do administrador que nós homenageamos, a
criatividade do publicitário que estamos referenciando, e sobretudo, a
sensibilidade musical do Primo para cantarmos ainda, porque, mais do que nunca,
é preciso cantar, mais do que nunca é preciso fazer música para fazer com que
essas dificuldades, que a sociedade brasileira mais uma vez se encontra, possam
ser de forma mais amenas superadas. Era isso que eu gostaria, Dr. Gastal,
nesses dois dedos de prosa, de transferir aos homenageados, na Casa do Povo de
Porto Alegre, que, unanimemente, ao decidir sobre os três Projetos que lhe
foram colocados, houve por bem consagrar a iniciativa do Ver. Jocelin Azambuja
e, assim, fazer justiça a três pessoas, por razões diferentes, por motivos
diversificados, mas que todas elas, de forma positiva, contribuíram para fazer
com que a cidade de Porto Alegre, ao longo do tempo, fosse qualificada como um
local onde as pessoas podem viver em relativa paz, em relativa harmonia, mas,
sobretudo, com muita musicalidade, com enorme criatividade e com absoluta
compatibilidade. Era isso que eu diria em homenagem a todos vocês, dando uma
palavrinha especial, eis que esse é o compromisso do coração que vai além do
formalismo do pronunciamento do Líder do Partido da Frente Liberal, e que é
dirigido ao amigo, ao parceiro de jornada, ao grande Primo. Que bom te ver de
novo, que bom te homenagear na Casa do Povo de Porto Alegre! A festa não
terminou, ela haverá de continuar, e todos nós, o Jocelin, o Lauro Hagemann, o
Nedel, o nosso Presidente, os nossos homenageados, juntamente contigo, com o
teu som a sentir no balanço da onda e, sobretudo, no calor da música que ainda
vale a pena viver, com sonoridade e musicalidade. Muito obrigado, Primo, por
tudo que tu fizeste de bem aos meus ouvidos, ao meu coração e à minha alegria.
Que saudades daqueles tempos em que as coisas eram muito melhores, porque a
nossa juventude assim determinava. Te homenageio, hoje, junto com o Jocelin, de
alma aberta a feliz iniciativa de te conceder o Prêmio Lupicínio Rodrigues, eis
que nada mais te ajustaria do que acrescentar ao teu cartel de grandes sucessos
ao longo do tempo este preito que leva o nome do grande cantor do Rio Grande.
Muito obrigado por tudo, e os nossos cumprimentos, na certeza de que a
sensibilidade do Ver. Jocelin Azambuja alcançou a todos nós nesta Câmara e, em
conjunto, entendemos dizer sim a este Projeto e com ele fazer justiça ao
administrador, ao criador, ao homem de publicidade, e ao músico João Peixoto
Primo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Temos o prazer de registrar a presença do
ex-Vereador, sempre Vereador, Luiz Almeida Passos da geração de Vereadores de
1947.
Este
Presidente, conforme havia combinado com o Vice-Presidente Ver. Reginaldo
Pujol, tem o compromisso de abrir, neste instante, uma exposição sobre a
trajetória da primeira Vereadora de Porto Alegre, Jullieta Batistioli. Peço
licença para o Ver. Jocelin para fazer esse convite que foi uma iniciativa do
Ver. Lauro Hagemann. Logo a seguir, por volta das dezenove horas, teremos uma
homenagem aos Vereadores que passaram por esta Casa desde 1947, dois estão aqui
conosco e outros estão chegando. Vamos também inaugurar uma exposição sobre os
Cinqüenta Anos do Parlamento de Porto Alegre, 04 de dezembro de 1947 a 04 de
dezembro de 1997. Será feita uma homenagem simples, vamos inaugurar uma
exposição e todos estão convidados para participar.
Peço licença para convidar o Presidente do
Conselho dos Cidadãos Honorários para compor a Mesa, o Sr. José Elias Flores,
que aqui vem para convidar os Senhores, novos cidadãos, para participarem do
Conselho. Todos os cidadãos homenageados pela Casa têm um Conselho que muito
tem contribuído com o Legislativo de Porto de Alegre.
Homenageamos
também os pais do Sr. Cláudio Gera Costa, Sr. João Gera Costa e Sra. Verônica
Gera Costa e a mãe do Sr. Luiz Pasqualini, Dona Alda Pasqualini.
Peço ao meu ilustre
2º Vice-Presidente da Casa que assuma os trabalhos, e peço desculpas porque a
nossa agenda de fim de ano está acumulada e, para nós, foi uma honra muito
grande estar presente até este momento. Deixo, mais uma vez, um abraço aos
homenageados e a essas maravilhosas pessoas que compõem a Mesa, em especial,
homenagear a todos na pessoa do nosso grande cantor, compositor, músico Rubens
Santos.
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann que
falará pela Bancada do PPS.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meus caros
companheiros radialistas e músicos que hoje se fazem presente nesta festa.
Pelas mesmas razões que o Ver. Clovis Ilgenfritz invocou ao se afastar da Mesa,
eu pedi licença para os demais Vereadores para me antecipar nesta breve
saudação por motivo do comprometimento com a inauguração da Exposição da minha
cara camarada Julieta Batistioli, já desaparecida, que foi a primeira Vereadora
de Porto Alegre. Não poderia deixar de estar presente a esta festa porque a
Câmara Municipal, realmente, está em festa quando homenageia cidadãos
proeminentes. O Ver. Jocelin Azambuja, certamente, andou no caminho correto
quando estendeu o prêmio de cidadania aos Srs. João Cláudio Gera Costa e Luiz
Gerd Pasqualini. As qualidades dos dois já foram exaltadas e eles merecem, com
certeza figurar na galeria dos Cidadãos Honorários desta Cidade, já que não são
naturais daqui. O motivo principal da minha presença na tribuna é a homenagem
ao meu caro João Peixoto Primo, com quem temos mantido conversas telefônicas
seguidas, e a quem vemos, seguidamente, na televisão. O Primo está mais gordo,
com menos cabelos desde o tempo em que nos conhecemos, lá na Rádio Farroupilha
nos anos 50, 60, depois do incêndio na Rua 7 de Setembro, naquela manifestação
artística impressionante, quando ainda não tínhamos a televisão, o Primo fazia
parte daquele espectro radiofônico que o Rio Grande do Sul e o Brasil
conheceram. Temos aqui vários companheiros, e lá está o Califa, o Rubens
Santos, que cantava lá; vejo na platéia o Raul, do Conjunto do Baldauf, o Paulo
Santos, e várias pessoas que estão presentes, e mais do que presentes, estão na
nossa memória.
O Primo
pertence a uma estirpe de pianistas, que Porto Alegre produziu com exuberância.
Um pouco antes de começar esta Sessão passou-me pela mente relacionar alguns
deles, certamente nem todos, mas tenho aqui quase uma vintena, que gostaria de
citar o nome, que muitos dos presentes hão de se lembrar. Começamos com o
famoso Paulo Coelho, autor do Alto da Bronze, pianista popular - não são
pianistas clássicos, são pianistas populares -; o Rui Silva, da Rádio
Farroupilha; o Norberto Baldauf, ainda vivo; o Délcio Vieira, o Gastão Schuetz,
das típicas famosas; o Herbert Gehr, ainda vivo; Adão Pinheiro; o velho Artur
Elsner, que além de acordionista era pianista também; o Britinho, o Aderbal
D'Ávila, o José Gonçalves, o Nicolau Kersting, o Paulo Pinheiro, o Rui Barros,
o Nicolau Tartaglia Filho, conhecido como maestro Swing, o Marcelo, o Cadiz
Baraldo, a Luzia Félix, o pianista contemporâneo Geraldo Flach e o Giovani
Ribeiro Porzio. Estes são alguns dos nomes lembrados; alguns mortos, outros
vivos.
Esta estirpe de
pianistas, junto com João Peixoto Primo, fazem a história musical de Porto
Alegre, que é muito rica. A maioria dos porto-alegrenses não sabe a riqueza
musical que esta Cidade ainda tem como repositório. O Vedana escreveu a
história do jazz em Porto Alegre, e
outros estão produzindo memórias históricas da música feita em Porto Alegre.
Não é por nada que nós temos a orquestra sinfônica permanente do Brasil, a
nossa OSPA. Isso para nos situarmos no plano clássico. E na música popular nós
temos figuras notáveis. O Primo é um integrante dessa geração. E esta é a nossa
homenagem. Por isso, é pertinente o prêmio Lupicínio Rodrigues, que estamos
dando ao Primo hoje, porque o Lupi também é um nome da música porto-alegrense,
um nome que alcançou projeção nacional. O Rubens Santos que o diga; foi seu
amigo dileto e é o intérprete das suas músicas.
O prêmio
Lupicínio Rodrigues foi instituído nesta Casa para homenagear aquelas figuras
que tenham se destacado na divulgação de Porto Alegre como uma cidade musical.
Um porto realmente alegre pela música que produziu e reproduziu. Por isso, a
presença do Primo nesta galeria enobrece a Casa, a Cidade de Porto Alegre e a
galeria dos detentores do Prêmio Lupicínio Rodrigues, todos eles do mais
qualificado gabarito. Primo, muito prazer em reencontrar-te aqui hoje, assim
como os demais companheiros que estão aqui.
Eu dizia que
estas Sessões são muito perigosas, porque elas começam a atacar o coração da
gente. Depois de um certo tempo, as memórias começam a produzir os seus efeitos
e, às vezes, nós não temos a segurança necessária para, sequer, terminar um
discurso de agradecimento, de congratulações. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra, fala em nome da Bancada do PPB - Partido Progressista Brasileiro.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da
Mesa.) Senhoras e Senhores, o título de Cidadão Honorário de Porto Alegre é
instituído pela Câmara de Vereadores para homenagear personalidades que se
destacaram consideravelmente pelos seus talentos pessoais, ou que colocaram os
seus talentos em benefício da sociedade de Porto Alegre. Tanto Luiz Gerd
Paqualini como João Cláudio Gera Costa, e também o agraciado com o Prêmio
Lupicínio Rodrigues, João Antônio Peixoto Primo cumpriram, com folga, suas
contribuições à sociedade de Porto Alegre.
Enfatizar a
contribuição de Luiz Gerd Pasqualini à sociedade é dizer do seu talento na área
da comunicação. A comunicação é, hoje, um grande poder. Aquele que detém a
comunicação e sabe usá-la é capaz de transformar e melhorar a sociedade. E o
Luiz Pasqualini conhece e sabe usar a informação, a comunicação.
Por falar em
comunicação, em contribuição, eu recordo, aqui, a campanha que a sua agência -
a P.A.Z. - trouxe para Porto Alegre. Ele brindou Porto Alegre com a campanha
" Porto Alegre mais alegre!, que visava justamente melhorar o astral dos
porto-alegrenses, de incentivar o turismo tão necessário a nossa Porto Alegre
querida. Essa campanha foi uma contribuição do Luiz Pasqualini a Porto Alegre.
Obrigado, Luiz, tu contribuíste para melhorar o nosso astral, tão importante,
incentivar o nosso turismo e o nosso desenvolvimento. A tua empresa, a P.A.Z.
Criação e Comunicação, neste mês festeja 15 anos de fundação. ainda em idade de
debutante, mas com forte contribuição a Porto Alegre, à comunicação, à arte da
criação. Hoje, tive a imensa alegria de reencontrar o Luiz Gerd Pasqualini,
pois na época, em 1980, fomos colegas na Trafo Equipamentos Elétricos, quando
ele lá estagiou como estudante de Administração de Empresas na área de Organização
e Métodos.
Por isso, Ver.
Jocelin, nós agradecemos por essa lembrança e contribuição a Porto Alegre, a
homenagear pessoas que muito fizeram por esta Cidade. E, por falar nisso, falo
em João Cláudio Gera Costa, paulista, que já virou gaúcho porque está radicado
aqui conosco há 12 anos. Com 3 filhos gaúchos! Com 35 anos de idade, de
formação cristã. E eu vejo aqui os pais emocionados me olhando: vocês
constituíram esse talento! Deram os seus testemunhos e seus exemplos e aí está
o filho de vocês hoje e o filho da Dona Alda também sendo homenageado. É porque
tiveram belos país, belos exemplos. Mas este empresário, diretor da empresa
Indústria de Alimentos Seven Boys, líder de mercado, com seiscentos
funcionários, com quarenta milhões de faturamento anual, um empresário moderno,
jovem , atuante, dinâmico, altamente comprometido com modernas técnicas de
gestão, com essas técnicas de compromisso com os programas de qualidade, com a
valorização efetiva dos recursos humanos, com a gestão participativa da empresa,
com respeito ao meio ambiente e com o comprometimento da comunidade.
Parabéns nossos
homenageados, nossos novos cidadãos honorários de Porto Alegre. E também
parabéns àquele que mereceu um grande prêmio porque foi uma grande
personalidade da nossa cultura Lupicínio Rodrigues: João Antônio Peixoto Primo
- o Primo, pianista, músico famoso em nossa sociedade pelo seu imenso talento.
Quisera eu ter algum talento musical, mas acho que Deus me deu o talento de
saber escutar, ouvir e apreciar e isso já é muito importante. Cinqüenta anos de
vida artística, quantas histórias, quanta beleza, quantas passagens, quantos
namoros, quantos amores tu embalaste com tua música. Obrigado pela tua forte
contribuição à música e à cultura de Porto Alegre, quando eras componente do
Conjunto Flamingo e do Primo e seu Conjunto.
Eu vejo aqui os
familiares, os pais do João Cláudio, o Sr. João e a Dona Verônica, a mãe do
Luiz, a Dona Alda Pasqualini. Que bom que vocês podem se emocionar por seus
filhos! Vocês estão sendo testumunhas da homenagem de Porto Alegre a essas
pessoas que puderam contribuir com a sociedade. Vejo, também, os familiares do
Primo, que estavam nervosos aqui, que talvez tivessem que substituí-lo aqui na
Mesa se ele não chegasse a tempo, por culpa do avião. Primo, que bom que
chegaste! Estamos em época natalina e eu lembro do nosso aniversariante, Jesus
Cristo, o gerador dos nossos mais elevados talentos. Peço a ele que continuem
desenvolvendo esses talentos, que dê a todos muita saúde e muita perseverança
para que continue contribuindo com os seus talentos para o benefício da
sociedade. E por isso que eu, em nome do meu Partido, o Partido Progressista
Brasileiro, e dos Vereadores Pedro Américo Leal, que se encontra aqui presente,
e João Antônio Dib, tivemos muita honra em homenageá-los. Parabéns, e Porto
Alegre agradece imensamente a contribuição em seu benefício, e que continuem
ajudando a melhorar o mundo com os seus talentos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra
pelo PSDB.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Esta é uma
Sessão Solene diferenciada das demais que estamos acostumados a participar. A
diferença fundamental está não no número de homenageados, mas na importância
que os mesmos representam para a vida desta Cidade.
Inicialmente,
gostaria de cumprimentar o nobre Ver. Jocelin Azambuja em meu nome e em nome da
minha Bancada, dos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Cláudio Sebenelo, por essa
feliz iniciativa. Aqui estão sendo homenageadas três figuras de grande destaque
na vida de nossa Capital. O jovem empresário João Cláudio Gera Costa, por feliz
coincidência, assim como eu, nasceu em São Paulo e também adotou Porto Alegre
como a cidade do coração. E foi aqui que pôde demonstrar toda a sua capacidade
de empresário de sucesso, dirigindo a Indústria de Alimentos Omedeto Ltda.
Em 1985, quando
assumiu a direção da empresa, enfrentou algumas dificuldades, superadas por sua
capacidade de liderança, sempre pautada pela justiça e simplicidade. E a
Omedeto, que contava com 140 colaboradores e ocupava uma área de 3.200 m2, hoje
conta com cerca de 500 funcionários ocupando mais de 12 mil metros quadrados.
Por seu arrojo,
dinamismo e liderança, sempre preocupado com os aspectos sociais e a
valorização do ser humano, João Cláudio Gera Costa certamente é merecedor do
título de Cidadão de Porto Alegre. Em tempos de globalização, o
"marketing" e a propaganda, indiscutivelmente, passaram a fazer parte
do nosso dia-a-dia. Somos parte efetiva de um trabalho permanente de
"marqueteiros" e publicitários que, com sua capacidade e
criatividade, nos induzem ao consumo diário dos mais variados itens ao bom
viver.
Luiz Gerd
Pasqualini é uma das verdadeiras bandeiras nessa área. Natural de Santa Maria,
escolheu, também, Porto Alegre para viver e para trabalhar. Com uma vida
elaborada em princípios cristãos, transferiu para a sua atividade profissional
a base de lutas originárias de seus antepassados. Assim, fundou a P.A.Z.-,
Criação e Comunicação Ltda., empresa das mais tradicionais e eficientes na área
publicitária. Meu amigo Luiz Gerd Pasqualini, é um empresário que vem
contribuindo de forma ímpar para o desenvolvimento de Porto Alegre, gerando
benefícios sociais de toda a ordem. Pessoas como ele merecem o reconhecimento
de todos os porto-alegrenses, com a concessão deste título. Parabéns também à
P.A.Z-, pelo seu 15º aniversário, que será comemorado neste mês de dezembro.
Nosso terceiro
homenageado é pessoa por demais conhecida, principalmente dos mais velhos, dos
mais idosos, e de quem tem bom gosto musical. João Peixoto Primo, o pianista
Primo, como é conhecido, faz parte da vida musical da Cidade. Natural de Rio
Grande, onde começou a tocar piano, aos 12 anos, na Rádio Cultura Riograndina,
Primo veio para Porto Alegre, nos anos 50, passando a integrar o
"cast" da Rádio Farroupilha, onde se destacou como um dos grandes
nomes do cenário musical gaúcho. Dono de uma sensibilidade musical incomum, não
foi difícil, para Primo, descobrir, naquela menina que atuava como
"crooner" do Conjunto Flamingo, a estrela fulgurante que se
transformaria numa das maiores cantoras brasileiras: Elis Regina.
Ao comemorar 50
anos de carreira, Primo destaca-se por ter 25 discos gravados em todo o mundo,
principalmente no México, Estados Unidos, França, Venezuela, Argentina,
Alemanha e Espanha. Vice-Presidente e Conselheiro da Ordem dos Músicos do
Brasil, Peixoto Primo atuou para os seis últimos Presidentes do Brasil e para
inúmeras autoridades em todo o mundo.
Por tudo isso,
poucos como ele merecem tanto o prêmio que esta Casa entrega na tarde de hoje e
que leva o nome de alguém com quem ele certamente viveu grandes noitadas
musicais: o saudoso Lupicínio Rodrigues. Parabéns aos homenageados e a nossa
saudação aos seus familiares, colaboradores e amigos que aqui se encontram
presentes e creio que todos nós estamos honrados por participarmos de um
momento tão importante para a história da nossa Cidade. Muito obrigada.
(Não
revisto pelo oradora.)
O SR. PRESIDENTE: De acordo com o protocolo estabelecido,
convidamos o Ver. Jocelin Azambuja e o Secretário Gilmar Eitelvein para fazerem
a entrega do título de Cidadão Honorário aos nossos homenageados,
respectivamente, Sr. João Cláudio Gera Costa e Luiz Guedes Pasqualini, e o
pianista João Peixoto Primo que recebe o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues.
O Ver. Jocelin
Azambuja entrega ao pianista João Peixoto Primo o diploma correspondente ao
Prêmio Lupicínio Rodrigues.
(É feita e
entrega do Título de Cidadão Honorário e do Prêmio Lupicínio Rodrigues aos
homenageados.)
Agora, vamos
ouvir, com muita satisfação, a apresentação do cantor Rubens Santos
interpretando as músicas "Ela Disse-me Assim" e
"Felicidade" de autoria de Lupicínio Rodrigues.
(O Cantor
Rubens Santos interpreta músicas de Lupicínio Rodrigues.)
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, quebrando o
protocolo, se V. Exa. me permite, quero agradecer, particularmente, ao Rubens,
por ter-nos brindado dessa forma tão maravilhosa, e pediria que cantássemos um
Parabéns a Você, antecipado, já que amanhã, dia 05 de dezembro é o 87º
aniversário do Rubens Santos.
O SR. PRESIDENTE: É claro que concordamos, mas peço vênia a V.
Exa. para que no final da Sessão, todos juntos, terminemos a nossa reunião com
um Parabéns a Você ao nosso querido Rubens Santos.
Passamos a
palavra ao nosso cidadão de Porto Alegre, Sr. Cláudio Gera Costa.
O SR. CLÁUDIO GERA COSTA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores (Saúda os demais componentes da Mesa.) É com imensa satisfação que
recebo, neste dia, o título de cidadão de Porto Alegre. Esta honraria terá um
lugar muito especial em minhas lembranças, pois simboliza a recepção afetiva e
calorosa que sempre tive desta Cidade. Agradeço ao Ver. Jocelin Azambuja, autor
da proposta, aos demais Vereadores que compõem esta Casa Legislativa, e ao
Poder Municipal de modo geral, porque consolida-se uma situação: eu já era
cidadão de Porto Alegre de coração, agora torno-me cidadão de direito e de
fato. Nasci em São Paulo e lá vivi até os 23 anos, quando tive a sorte e a
felicidade de conhecer e casar-me com uma carioca, criada em Belo Horizonte.
Nós passamos a residir em Porto Alegre e nesses 13 anos que aqui estamos, vimos
nascer e crescer nossos três filhos, constituindo, assim, uma família de
contornos autenticamente multiestaduais.
Permito-me
contar esta história de caráter pessoal para mostrar que o mundo em que vivemos
é um mundo de opções e de flexíveis mutações. Assim sendo, posso afirmar que
moro em Porto Alegre por opção e porque gosto desta Cidade. Mais do que isso,
desenvolvi vínculos que me prendem a ela. O que move a mim e a minha família é
uma verdadeira e genuína identificação. Acredito que Porto Alegre tem o tamanho
ideal de cidade, para que nela se possa educar filhos, nutrir amizades,
sedimentar uma vida que cultural e socialmente ofereça alternativas de
crescimento e amadurecimento.
Por andar muito
pela Cidade e por gostar desse cenário, percebo claramente que ainda existe
muito por fazer. Há responsabilidades que cabem ao Poder Público, mas há muito
que o cidadão pode realizar. Todos nós podemos zelar por esta Cidade,
embelezá-la, auxiliá-la a ser o espaço ideal para a concretização dos nossos
sonhos e de nossas vidas. Como exemplo, cito o nosso maravilhoso Rio Guaíba,
que, infelizmente, poucos porto-alegrenses conhecem. Acredito que uma obra de
urbanização e valorização da orla poderia tornar esta Cidade ainda mais
agradável e bonita, e, por que não, um pólo turístico capaz de atrair
visitantes em busca de nossas belezas naturais, valores culturais, rica
gastronomia e conceituada hospitalidade?
A Seven Boys é
a maior indústria de pães da Região Sul. Atuamos dentro da mais avançada
tecnologia; introduzimos modernos equipamentos para tratamento de efluentes;
cuidamos para que não haja qualquer espécie de poluição oriunda do nosso
sistema produtivo. Para tanto, toda a nossa fábrica, instalada na Zona Norte de
Porto Alegre, foi devidamente equipada. Empregamos, hoje, diretamente, 600
porto-alegrenses, que, com suas famílias, representam um contingente de cerca
de 2 mil pessoas sob a nossa responsabilidade.
Em todos esses
anos frente à Seven Boys venho procurando, junto com a minha equipe, fazer
valer o conceito de empresa-cidadã, desempenhando o seu importante papel
social. Uma empresa só deve existir para fazer benefício àqueles que lá
trabalham e à sociedade como um todo. E neste momento, como cidadão de Porto
Alegre e como empresário, sinto-me ainda mais comprometido com esta conduta. Da
mesma forma, temos respeitada, em consciência plena, do caráter da
essencialidade daquilo que produzimos. O pão é básico na alimentação das
pessoas e, simbolicamente, significa alimento, sustento.
Sabemos que o
consumidor moderno é bem informado, exige qualidade e um padrão permanente de
zelo, higiene, saúde e sabor. Temos satisfação em buscar as respostas a este
desafio.
Meus amigos,
ser cidadão de Porto Alegre representa uma imensa responsabilidade e uma honra
que me emociona. Agradeço à iniciativa e multiplico o compromisso de participar
do desenvolvimento desta cidade, que agora também é minha.
Desejo aos
Senhores um bom final de ano e que 1998 traga para nós a qualidade de vida,
urbanidade e civilidade que todos almejamos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. Luiz Gerd Pasqualini está com a
palavra.
O SR. LUIZ GERD PASQUALINI: (Saúda os componentes da
Mesa.) Vou citar uma frase de um livro que estou lendo esta semana, para contar
um pouco da minha história. "Os sonhos mantém aceso o fogo sagrado do
nosso coração. Nós envelhecemos não porque o tempo passa mas, principalmente,
porque abandonamos os nossos sonhos".
Eu nasci em
Santa Maria em 1957 e tinha muitos sonhos: sonhos de me realizar
profissionalmente e como pessoa. Quanto eu tinha oito anos, meus pais
resolveram mudar-se para esta nobre Cidade, e eu trouxe para cá todos os meus
sonhos. Queria ter meu próprio negócio, queria ser "dono do meu
nariz". Meu pai, na época, aposentado prematuramente, e minha mãe,
professora, não impediram que eu continuasse a sonhar. Comecei a trabalhar
cedo, aos 16 anos, e aos 20 anos, com o dinheiro que consegui juntar com o
trabalho noturno no Banco Bradesco, resolvi fazer minha primeira experiência
como sociedade num estacionamento de automóveis no Bairro Cristal. Não tardei
muito a descobrir que, na ânsia de realizar aquele sonho, havia cometido um
grande erro: meu sócio desapareceu com todo o meu dinheiro.
Mesmo
completamente sem dinheiro continuei a sonhar. Formei-me em Administração de
Empresas, trabalhando, e estudando à noite. Aos 25 anos tinha, novamente, uma
empresa: a P.A.Z. - Comunicação Ltda.
Hoje, passados
15 anos de muitas lutas no mercado altamente competitivo em que atuamos, posso
afirmar que nunca abandonei meus sonhos. Esta Cidade, que me acolheu e que
aprendi a amar, por meio deste título que ora me conferem, dá-me a certeza de
continuar a sonhar e trabalhar, e devolver, dentro de minhas limitações, em
geração de empregos e em desenvolvimento dos clientes com quem atuamos, um
pouco da grande alegria e realização que estou vivendo hoje.
Quero agradecer
ao meu amigo e companheiro, Ver. Jocelin Azambuja, grande estrategista, que
engrandece o PTB com sua atuação, fiel defensor dos verdadeiros valores do
trabalhismo de Getúlio Vargas e de meu tio, Alberto Pasqualini.
Quero agradecer
a todos os Vereadores que apoiaram a sua iniciativa. Quero agradecer, também, à
Mesa Diretora desta Câmara Municipal, na figura do seu Presidente, e quero
homenagear, com este título, alguns familiares: meu pai, que me deu todos os
princípios básicos que moldaram meu caráter; minha irmã Marta, querida e
incansável irmã; toda a nossa equipe pela inteligência que faz o reconhecimento
do nosso trabalho. Em especial, quero homenagear minha mãe, Dona Alda, que, com
seu amor, sacrifício e muito carinho, me preparou para enfrentar as batalhas da
vida. Eu sei minha mãe que só o teu grande coração pode abrigar hoje tanta
alegria. E, finalmente, obrigado a todos os nossos clientes que são a razão e
objetivo do nosso trabalho. Aos meus amigos pelo apoio; a esta Cidade muito
obrigado, este título superou o meu sonho! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador. )
O SR. PRESIDENTE: É com satisfação que passamos a palavra ao
pianista João Peixoto Primo.
O SR. JOÃO PEIXOTO PRIMO: (Saúda os componentes da
Mesa.) Meus colegas; meus familiares. A VASP quis me tirar o prazer e a honra
de receber esta dádiva que estou recebendo hoje aqui, mas não conseguiu não. Eu
cheguei a tempo, estou muito feliz. E, ao lembrar que em 1950 eu tocava acordeon
no hotel Cassino, hoje Hotel Guanabara para o Grande Presidente Getúlio Vargas
e para o Grande Alberto Pasqualini. Eu já recebia o primeiro abraço de
presidente na minha pequena idade. Junto com todas essas glórias por onde tenho
andado, eu tenho um pensamento muito firme de 300 mil músicos brasileiros
registrados na Ordem dos Músicos do Brasil. Nós somos uma parcela ínfima perto
dos 150 milhões de habitantes. Isso quer dizer que Deus toca com o dedo e diz:
"Você vai ser músico." É um privilégio e uma honra muito grande. A
nossa categoria não é compreendida, ela é muito maltratada. O futuro é muito
incerto para o músico e não tem uma programação, inclusive eu estou escrevendo
um livro "Festa acabada, músicos a pé" Esse é o tema do livro que vou
lançar porque o músico tem um tratamento muito delituoso, principalmente na
sociedade brasileira. Ele é maltratado pelo garçom, que não serve água, é
maltratado pelo dono da casa, que manda ele entrar pelos fundos, ele não tem
condução para ir para a rodoviária, e vai a pé, razão do nome do meu livro. Eu
acho que ele merecia uma maior consideração, uma categoria privilegiada como a
gente. Os advogados, no Brasil, são três milhões e quinhentos, médicos são
quatro milhões e duzentos. Agora, músicos são 300 mil para uma população tão
grande, e eles honram a sua profissão. Eu, aqui, vejo grandes colegas do meu
tempo, gente que me faz lembrar da minha infância e juventude, apesar de eu
ainda ser jovem.
O Reginaldo
Pujol já me contratou muitas vezes e, enfim, eu penso que um músico não deve
falar muito, ele deve tocar. Eu não trouxe o meu instrumento, meu instrumento
hoje é o coração, e eu estou tocando para todos vocês o meu coração. Quero
agradecer esta homenagem que a Câmara Municipal me faz, com o Projeto
espetacular do Ver. Jocelin Azambuja, que eu tive o prazer de conhecer. Espero
honrar este Prêmio Lupicínio Rodrigues, que foi meu grande colega. Eu o assisti
a fazer música e ainda vou incomodar mais uns 20 anos aqui neste planeta. É uma
maravilha, sinto-me muito bem aqui. Eu quero dizer que não tenho feito nada de
mal, só tenho ajudado os colegas, e isso é um conforto muito grande. Sinto-me
muito gratificado por esta homenagem e para mim, talvez, seja maior, pois eu
tenho vinte condecorações do Governo Brasileiro, mas esta de hoje enriquece o
pacote das vinte, porque esta é da minha terra, uma homenagem de gaúcho para
gaúcho. Eu tenho recebido muitas condecorações, muitas homenagens, fora do
Brasil também, mas aqui eu me sinto em casa. Então, eu estou de volta a minha
casa; já vou colocar o chinelo e vou embora. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Quero, em nome da Câmara Municipal de Porto
Alegre, reiterar os agradecimentos às presenças dos pais do Cláudio Costa, da
mãe do nosso querido, novo Cidadão de Porto Alegre, Luiz Gerd Pasqualini, a
Dona Alda, como de resto a irmã, o Primo, enfim, a todos os familiares que nos
dão o prestígio das suas presenças nesta tarde.
Foi-me
solicitado que eu informasse ao nosso Cidadão de Porto Alegre sobre a
existência de Projeto de Lei de sua autoria a respeito da obra do Guaíba como
símbolo do turismo. V. Exa., Ver. Jocelin Azambuja, Ver. João Carlos Nedel e
demais colegas é o dono desta festa de rara sensibilidade que aqui se
desenvolveu. Eu já solicitei a todos autorização para quebrar o Protocolo e o
encerramento da nossa reunião será, nós todos, cantando Parabéns a Você para o
aniversariante de amanhã e para todos os nossos homenageados de hoje. Uma
homenagem de coração que a Câmara Municipal e todos os participantes desta
reunião fazem a todos eles. Convido para que todos, juntos, cantemos o Parabéns
a Você.
(Canta-se
Parabéns a Você.)
Estão
encerrados os trabalhos.
(Encerra-se
a Sessão às 19h40min.)
* * * * *